A Olimac Drago Gold tem um triturador hidráulico que opera rente ao solo, enquanto a colheita em si é feita na parte superior
Fabricada na Itália, a Olimac Drago Gold foi desenhada especialmente para a colheita de girassol, com um triturador que vai trabalhando rente ao solo para cortar as plantas, enquanto a “parte tradicional” da plataforma vai colhendo o produto. Apesar do destaque ao girassol, o fabricante declara que a plataforma também opera facilmente com sorgo e cânhamo ou maconha (lá na Europa, sabe como é).
Plataforma operando em vídeo
Imagens
A Olimac
A italiana Olimac tem mais de 60 anos de história e começou como um empreendimento familiar, desenvolvento plataformas para milho (modelo Testata Integrale). Hoje, a empresa cresceu e exporta quase a totalidade da sua produção de máquinas para fora da Itália.
A Pierre Trattori é uma fabricante de tratores compactos com mais de um século de história da região do Piemonte, na Itália
A Pierre Trattori iniciou as atividades no ano de 1883, fabricando tanques para pulverização manual de sulfato de cobre nos pomares da região do Piemonte. A máquina ganhou prêmios em Paris em 1903 e na Itália nos anos de 1911 e 1928. O tanque foi criado por Giovanni Battista Repetto. Seu sobrinho, Romolo Polentes, construiu em 1956 uma bomba para pulverização motorizada e logo em seguida (1957) um motocultivador chamado Pierre. Em 1959 veio o primeiro trator de fato, evoluindo aos poucos até os modelos atuais.
A marca se orgulha de ainda produzir peças na própria fábrica para os tratores fabricados a partir dos anos 50.
Seu modelo mais moderno, o P135.80 Xtra-Compact, tem motor de 4 cilindros em linha com 75 cv de potência, câmbio CVT e a característica de ser articulado e ainda manobrar as rodas, um sucesso para quem trabalha na lida dos pomares e seus corredores apertados.
Trator Humanitário
A Pierre ainda tem um modelo de trator para trabalhos urbanos (municipalidades) e outro curioso e com uma missão nobre: o Pierre APT-796 é um trator para a detonação controlada de minas terrestres, usado por entidades de Direitos Humanos em áreas que enfrentaram conflitos que deixaram para trás estes artefatos.
De origem militar, a Mula Mecânica é um veículo leve, com tração nas quatro rodas e especializado no auxílio com transporte de cargas em terrenos de difícil acesso
A Mula Mecânica é praticamente uma “plataforma com rodas” usada pelas forças armadas de diversos países e que acabou caindo no gosto de agricultores, pela facilidade de uso e a robustez na lida do campo.
Na Itália, existe a Fresia F18 ou MTC 90 (nome da versão militar), fabricada pela empresa Fresia Spa. O exército italiano usava a mula mecânica para o transporte de peças de artilharia nas montanhas do país.
Existem versões da Fresia F18 com ou sem volante, tração nas quatro rodas e motor de dois cilindros riggs & Stratton Twin II. A capacidade de carga é de 430 kg e o veículo por si só pesa outros 540 kg. A Fresia Spa foi fundada em 1923 e hoje atua forte no ramo de máquinas para remoção de neve, tratores para aeroportos, cabines e veículos para uso militar, incluindo anfíbios e sobre trilhos.
O trabalho de Expedito Carlos Stephani Bastos, pequisador de assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, fala sobre mulas que fora fabricadas no Brasil. Vale a leitura e você acessa através deste link.
Alguns protótipos brasileiros foram fabricados usando componentes do Jeep Willys no final dos anos 60, no Parque Regional de Motomecanização da2ª Região Militar de São Paulo (PqRMM/2) e também no Rio de Janeiro, em centros de pesquisa do Exército.
Depois de aparecer na Agritechnica em 2019, o trator T6 movido a gás metano da New Holland entrará definitivamente no mercado ainda este ano, conforme notícia no site da empresa, repercutida em sites especializados.
Clientes selecionados vão receber o trator na Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Benelux, mercados onde a cultura da produção do biogás está avançada. A New Holland desenvolveu um modelo de propriedade com independência quando o assunto é energia, capaz de produzir o próprio combustível em ciclo fechado, ficando neutra em emissões de carbono ou até mesmo negativa.
Acima: vídeo do T6 movido a gás metano.
O controle de emissões está no centro das atenções no agro europeu e ainda vai gerar muitos debates (e tratores nas ruas das capitais), não pela viabilidade de algumas máquinas mas pela obrigatoriedade da conta do carbono emitido nas propriedades rurais “fechar” com as metas criadas na União Europeia. Futuramente, quem sair da linha poderá até mesmo perder alguns subsídios.
Metano: o tanque de gás vai engatado na frente do trator.
Acima: vídeo do canal Agrimoto, mostrando o T6 mais de perto, por dentro e por fora.
O trator T6 a gás da New Holland promete a mesma potência, torque e durabilidade, 30% de redução nos custos operacionais e 80% de redução na emissão de poluentes. O motor é FPT, 180 cv.
Quanto custa gerar metano na propriedade?
Na realidade da Europa, um exemplo – que vai além da simples geração do gás – pode ser visto nesta boa reportagem do site Farmers Weekly, onde um produtor pioneiro chamado Stephen Temple mostra o seu sistema (e como ele aproveita e gerencia a produção) que custou a bacatela de 900 mil libras.
A marca de moto Laverda foi muito famosa e prestigiada na Itália, mas qual é a relação com a colheitadeira que leva o mesmo nome?
A colheitadeira Laverda, para muitos, é sinônimo de máquina para colheita em morro, com suas lendárias máquinas hillside. A empresa foi fundada em 1873 na cidade de Breganze, na Itália. O primeiro modelo de colheitadeira (M 60) foi lançado em 1956, enquanto a M100 AL (de 1971) foi reconhecida como a primeira colheitadeira no mundo com nivelamento automático.
Modelo M100 AL em lavoura.Modelo mais recente da Laverda: herança do passado.
Em 2011, a Laverda passou a ser uma marca da AGCO. O parque fabril da cidade de Breganze é um centro de excelência e berço das novas colheitadeiras IDEAL.
A moto Laverda
Sim, são “parentes”. A Moto Laverda S.A.S. – Dottore Francesco Laverda e fratelli foi fundada em 1949 pelo neto do fundador da Laverda das máquinas agrícolas, o Francesco que coloca o nome na empresa, com o nobre objetivo de melhorar a economia da região de Breganze no período pós-guerra. O início foi humilde: trabalho depois do expediente na fábrica de máquinas agrícolas e peças feitas até mesmo na cozinha da casa do próprio Francesco.
A primeira moto de 75cc veio ao mundo no mesmo ano de fundação, com modelos futuros ganhando reputação também no mundo da corridas da Itália, com boas colocações em diversas competições.
Depois de um reinado nos anos 70 e de ser reconhecida por fabricar a moto de série mais rápida do mundo (Laverda Jota), a marca teve idas e vindas, enfrentou a crise e a concorrência com as japonesas e, finalmente, foi comprada pela Piaggio em 2004 (quando já pertencia a Aprilia).
Em desenvolvimento na Itália, o robô SMASH será capaz de monitorar lavouras, fazer análise de solo e atuar na aplicação de defensivos
A Yanmar mantém um centro de pesquisas na Itália, na região de Florença, chamado Yanmar R&D Europe (YRE). Em parceria com o governo da Toscana, é de lá que está saindo o SMASH, um robô agrícola com várias funções.
O projeto já tem dois anos, custou 4 milhões de euros e visa desenvolver uma plataforma capaz de monitorar, analisar e gerenciar diversas culturas. SMASH é a sigla para Smart Machine for Agricultural Solutions Hightech, ou Máquina Inteligente para Soluções Agrícolas de Alta Tecnologia.
Na prática, a plataforma está instalada em um veículo autônomo com destaque para um braço robótico que desempenha várias funções. Tudo com muito software, sensores e ligações com drones.
Estão envolvidos no projeto os parceiros EDI (base móvel do sistema), AvMap (sensores para navegação), Base s.r.l. (transmissão de dados, processamento e armazenamento em nuvem), SeIntech (análise de dados e machine learning), Departamento de Agricultura da Universidade de Florença (desenvolvimento), IIT – Instituto Italiano de Tecnologia (sistema robótico para análise de solo), Sant’Anna Bio Robotic Institute (coleta de amostras por braço robótico), Copernico (drones), DORIAN (visão por computador) e Gluntini Filippo (agrônomo).
Os dados completos (em inglês) estão no site da Yanmar.
Produzida na região de Scurelle, no Trentino-Alto Ádige, a iguaria é vendida em bobinas de 20 metros
O Refúgio Crucolo, orgulhosamente apresentado no Twitter como “Rifugio Crucolo. Salumi, formaggi e Parampampoli. Storia, Famiglia e tradizione Trentina. Dal 1782”, produz e vende um salame em bobinas de 20 metros de comprimento. O freguês leva para casa todo o conjunto ou vai cortando em pedaços ali mesmo.
Il piu lungo: confira a localização do Refugio Crucolo no Google Maps.A bobina fazendo a alegria dos consumidores.A empresa não vende apenas salame. Tem o queijinho de 40kg para acompanhar.
O salame “normal” também é fabricado!
Humor e tradição agregando valor ao produto na Itália, boas práticas que podem e devem ser aplicadas nas agroindústrias brasileiras de pequeno porte. Um bom exemplo a ser seguido, nas devidas proporções.
Grupo deu um banho de leite nos veículos que passavam por rodovia movimentada na Sardenha
Produtores de leite da Sardenha, ilha italiana de 1,6 milhão de habitantes no mar Mediterrâneo, foram para a rua protestar contra o preço do leite e as práticas do mercado no país.
O preço pago ao produtor por lá é o mais baixo desde 1970, cerca de 56 centavos de euro por litro.
Além de jogar milhares de litros no chão da rodovia, parte do grupo subiu em um viaduto e promoveu uma pequena chuva de leite, dando um banho nos carros e caminhões que passavam pelo local. Outro grupo fez um protesto parecido em um bairro de Roma, mas incluindo farta distribuição de queijo para a população.
Os chineses compraram a marca Arbos, famosa por suas colheitadeiras, refundaram o negócio e querem ganhar o planeta com uma linha completa de máquinas e implementos, do plantio à colheita
A Arbos foi fundada em 1954 na cidade de Piacenza, na Itália. O nome vem da junção dos nomes dos seus criadores, Araldi e Boselli. Originalmente uma fabricante de bicicletas, foi comprada por outra empresa italiana, a Bubba S. A., esta fabricante de tratores. A parceria Arbos-Bubba seguiu até meados dos anos 60, fabricando tratores e colheitadeiras (mas usando apenas o nome Arbos).
Com uma série de aquisições e parcerias, a Arbos durou até o ano de 1994, fabricando uma extensa linha de colheitadeiras de grãos e até mesmo modelos para beterrabas. Fizeram fama também com as colheitadeiras com sistema auto-nivelante.
Trator Arbos 5130 e plantadeira Matermacc 8130.
Então, em 2011, chegaram na Itália os chineses da Lovol Heavy Industry Ltd (no exterior, seus tratores são vendidos com a marca Foton). Primeiro, abrindo um centro de pesquisas e desenvolvimento. Depois, comprando a empresa Matermacc (fabricante de plantadeiras), a Goldoni S.p.A (tratores de pequeno porte) e, finalmente, o que sobrou da Arbos (especialmente o nome). Em 2015, o primeiro modelo de trator foi apresentado na Agritechnica e hoje a produção divide espaço com a estrutura montada na Itália e as unidades da empresa mãe na China.
Hoje a Arbos foca na produção de tratores, plantadeiras e pulverizadores, com representantes já estabelecidos ou em desenvolvimento no Reino Unido, França, Espanha e Rússia.
No site da Arbos, não há informação sobre representante no Brasil, mas os tratores Foton são distribuídos aqui pela Dinamac, empresa de São José dos Pinhais, no Paraná, importados pela CCM do Brasil.
Dr. Lino Pasquali começou no ramo de tratores em 1949, com um modelo de duas rodas. A empresa desenvolve tratores para pequenos espaços de trabalho.
A Pasquali é uma empresa italiana, criada em 1949 pelo Dr. Lino Pasquali, iniciando no mercado agrícola com um trator de duas rodas, fazendo grande sucesso na época. Os modelos foram evoluindo para os tratores convencionais, sem abandonar e renovar as primeiras ideias de máquinas. A fábrica ainda tem um diferencial: fabrica tratores com diversos tipos de direcionamento, por eixo central, diferencial ou convencional.
O K105 aqui mostrado é um trator bonito (nem tanto quando cabinado), tem motor Kubota V3800 CR-TE4 de 98 hp, controle eletrônico, câmbio sincronizado de 4 faixas de 4 velocidades (16 marchas) e vários itens de segurança, como um freio automático quando o motor é desligado.
Imagens
Segundo o próprio site, a empresa não tem distribuição no Brasil.
A plataforma transformer já vai para o campo conectada na colheitadeira, bastando desdobrar para trabalhar.
Inovadora e premiada em 2016, a Seagull, plataforma dobrável da italiana STW atinge 12 metros quando totalmente aberta, mas com apenas 3,2 metros fechada (no modelo XL-12000, o maior), permitindo o trânsito facilitado nas estradas rurais.
https://youtu.be/pXY2hi0YT0U
Gaste o seu italiano e entre em contato com o fabricante:
Modelo se destaca pela posição dos tanques laterais e pela altura de trabalho, até 3 metros
Vem da italiana Maschio Gaspardo este pulverizador com um desenho bem interessante; os tanques dispostos nas laterais, a cabine com elevação e a altura de operação são alguns dos diferenciais do Uragano.
Os modelos possuem de 2200 a 4000 litros de tanque, até 28 metros de barra e motor John Deere de 170hp.
Visite o site oficial do pulverizador (em italiano ou inglês), aqui.
Uma siderúrgica bagunçou uma região inteira na Itália, inviabilizando qualquer atividade agropecuária em um raio de 20 km de Tarento, em Puglia. A luz no fim do túnel? Maconha “industrial”
No farmer no cry…
Uma siderúrgica que gera 14 mil empregos versus uma região inteira na Itália. Décadas de emissões de poluentes que precipitaram no solo e contaminaram até mesmo a carne de ovelhas através da pastagem. Este é o cenário da região de Tarento (dica simples de geografia: fica no “salto da bota”, no mapa da Itália).
A Siderúrgica Ilva é a maior da Europa e é crucial para a indústria automobilística. O grupo está afundado em questões judiciais por conta destes problemas ambientais.
Depois de muitos agricultores saírem de suas atividades por vontade própria ou ordem do governo, uma associação entitulada CanaPuglia foi criada para tentar mitigar os efeitos da poluição no solo através da Fitorremediação, uma técnica que usa plantas com bom sistema radicular, capazes de extrair os poluentes através do próprio metabolismo. Uma espécie industrial de cannabis, com níveis baixíssimos de THC (em linguagem leiga: um pé de maconha que não dá barato) foi a escolhida para a recuperação. Alguns participantes já estão no segundo plantio. No total, 100 produtores estão plantando maconha, na esperança de despoluir o solo.
Experimentos com Fitorremediação não são novos. Após o acidente de Chernobyl, várias espécies foram usadas ou testadas para a limpeza do solo, Incluindo também o girassol (em uso nos arredores de Fukushima, no Japão).
Tabaco, variedades de mostarda e até o nosso conhecido nabo forrageiro também possuem propriedades especiais para a retirada de metais pesados, gasolina, poluentes diversos e até mesmo traços de explosivos do solo. Com resultado igual ou superior ao da cannabis.
Voltando para o caso italiano, descontaminar o solo é só o começo. Como os subprodutos da planta não possuem um bom valor comercial (produzem fibras e alguns óleos), a única função desta lavoura temporária é realmente a limpeza do solo, sem nenhum ganho adicional.