Comunismo ambiental: redução obrigatória de rebanhos vai destruir pequenos produtores na Irlanda

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Representante dos produtores de leite da Irlanda denuncia práticas governamentais para obrigar produtores a reduzirem rebanhos por conta das emissões de nitrato

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Não se fala em outra coisa no setor agrícola da Europa: novas regulamentações ambientais com o pretexto de diminuir emissões de gases do efeito estufa cada vez mais colocam o futuro dos pequenos agricultores em risco, em diversos países do velho continente. Essas políticas já provocaram uma guerra na Holanda e nós comentamos aqui no texto Entenda a guerra dos agricultores holandeses contra o governo, publicado recentemente.

Agora, a reclamação vem da Irlanda. Pat McCormack, presidente da ICMSA, uma associação de produtores familiares de leite do país, denunciou que políticos do país e burocratas da União Europeia, estão criando limitações que vão prejudicar produtores já no ano de 2024 (ainda que digam que isso não vai acontecer).

O conjunto de regulamentações é chamado de Nitrates Derogation e existe farto material em inglês sobre o tema na internet.

Um exemplo: uma família que tem uma propriedade de 30 hectares e hoje trabalha com 85 vacas, será obrigada a reduzir o rebanho para 62 no ano de 2024, para atingir a meta de N por hectare que será de 220 kg. Isso provocará um impacto direto na economia de vários pequenos produtores na Irlanda.

Do site da ICMSA, destacamos a fala do presidente:

O Presidente do ICMSA, Pat McCormack, contradisse categoricamente as declarações dos Ministros do Governo que continuam a sustentar que a redução compulsória da agricultura familiar não precisa acontecer e não está sendo buscada. Longe de ser esse o caso, o senhor deputado McCormack disse que essa redução obrigatória já começou e só porque está a acontecer através da alteração do Regulamento de Nitratos não o torna menos prejudicial.

O Sr. McCormack disse que há agricultores familiares que terão que reduzir o rebanho no início de 2023 e podem ter que reduzir ainda mais em 2024 devido a políticas acordadas por este Governo, cujo efeito líquido será a remoção do nosso modelo de agricultura familiar e sua substituição com a escala industrial de fazenda que vemos em outros lugares. Esta política está sendo impulsionada pelas mudanças introduzidas no Regulamento de Nitratos que foram propostas e desenhadas pelo nosso próprio governo e não podem ser atribuídas à UE, disse ele.

No geral, o governo da Irlanda assinou um acordo para diminuir as emissões em 25% até o ano de 2030. Assim como na Holanda e no Canadá, governos miram diretamente na agricultura, como verdadeiros vilões contra o clima.

Matança de animais, tudo para “salvar o planeta”

Em novembro de 2021, o jornal The Guardian publicou matéria dizendo que a Irlanda sozinha teria que sacrificar 1,3 milhão de cabeças de gado (o país tem 7,3 milhões) para satisfazer as normas ambientais. Imaginem: um país menor que o estado de Santa Catarina, que por sua vez tem aproximadamente 4,5 milhões.

O agricultor brasileiro precisa estar atento ao que acontece no mundo. Afinal, alguns de nossos políticos e ativistas seguem a mesma cartilha: ferrando o produtor e aumentando o preço dos alimentos como efeito colateral.

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