A seca na América do Sul em 2019 e 2020, segundo satélite da NASA

Dupla de satélites GRACE-FO faz o monitoramento constante da gravidade do planeta e monitora a movimentação da água no solo, fazendo uma radiografia da seca

A dupla de satélites GRACE-FO (Gravity Recovery and Climate Experiment Follow-On) faz um interessante trabalho para monitorar a umidade do planeta.

Em órbita e distantes 220 km um do outro, a sacada é monitorar com altíssima precisão a distância exata entre os dois, mapeando as alterações causadas pelo campo gravitacional da terra. Milhões de cálculos depois, o sistema tira uma “radiografia” da umidade em todos os continentes.

A dupla GRACE-FO, em representação artística.

Como todos já sabem, a seca que atingiu o Brasil nos últimos meses afetou em muito a agricultura. Muita gente lembra como estava a situação das lavouras no mesmo período do ano anterior, mas ver isso através do monitoramento de um satélite, deixa tudo muito pior no geral.

Veja também: O mundo tem 1,87 bilhão de hectares em lavouras.

Nós pesquisamos nos arquivos do site do Projeto GRACE imagens da América do Sul em 2019 e 2020. A diferença é evidente. Abaixo, a situação em 15 de abril de 2019, 13 de abril de 2020 e abril de 2012, na sequência. Você pode entrar no site e verificar várias datas, desde 2003. Recomendamos conferir os dados em um computador.

Abril de 2019
a seca
Abril de 2020.
a seca
Abril de 2012 (após outra terrível seca).

Nas imagens, as cores representam a umidade do solo em relação aos valores medidos por outros sistemas no período de 1948 até 2012. Quanto mais azul, mais próximo da média. Ainda segundo a NASA, a América do Sul teve o segundo período dezembro – fevereiro mais quente dos últimos 110 anos.

A seca de 2019/2020 provocou, só no Rio Grande do Sul, prejuízos da ordem de R$ 430 milhões, segundo estimativas de defesa civil (na realidade, o prejuízo vai muito além). Depois de tudo, ainda chegou o coronavírus e a pandemia do Covid-19.

Que 2020/2021 seja bem melhor. Oremos.

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