Alemanha adota queimadas
Apesar dos discursos e políticas ambientais que alteram a vida dos próprios agricultores e interferem nos interesses internacionais, parece que a Alemanha adota práticas que em outros locais considera ruins.
Só para lembrar: em setembro de 2020, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca, Noruega, Países Baixos e Bélgica enviaram carta de protesto para o vice-presidente Hamilton Mourão, sobre as queimadas na Amazônia. Na época, o evento tinha outra escala, obviamente.
A autoridade ambiental do distrito de Oder-Spree mandou queimar (em parceria com alguns órgãos ambientais) quatro hectares de juncos na área protegida conhecida como Neuzeller Niederung, para conter o avanço de javalis, É quase como o IBAMA, em pareceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul mandar queimar (de forma controlada) um pedaço do Taim. Ou o Pantanal, com as autoridades de lá.
Cercas usadas na região para conter o avanço dos javalis.
Os javalis costumam se esconder nas áreas de junco, dificultando as caçadas para extermínio em um momento de preocupação das autoridades com a Peste Suína Africana. Na região, existem cercas construídas para impedir a passagem dos animais entre a Alemanha e a Polônia.
Entre os argumentos para a manutenção da prática estão o baixo custo (queimar é mais barato que cortar) e a afirmação de que os juncos rebrotam facilmente – até mais densos – depois da queimada. Há também o destaque para o fato de que a Alemanha adota queimadas em cooperação com entidades ambientais, executadas por empresas especializadas e com todo o apuro técnico exigido, até o uso de drones.
Nem todo mundo de acordo
A Associação Alemã de Caça lembrou que a adoção de queimadas não é ambientalmente aceitável, por conta das emissões e pede que no futuro seja usado o corte, mesmo sendo mais caro.
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Juncos nas terras baixas de Neuzeller são queimados de maneira controlada (em alemão)