O Belphegor foi desenvolvido na antiga União Soviética, para pulverizar as fazendas coletivas do regime comunista.
Um jato com dois pares de asas, dois tanques de 1500 litros cada entre elas e cauda dupla. Três rodas no trem de pouso e espaço para tripulação composta por três pessoas. Assim era o PZL M-15, apelidado pelos desenvolvedores de “Belphegor”, nome de um demônio mitológico que enganava as pessoas com falsos inventos. Belo batismo.
Desenvolvido na Polônia, o projeto foi encomendado para substituir o avião em uso naquela época, o An-2 “Annushka”, um biplano monomotor que foi considerado obsoleto nos anos 60 e incapaz de atender a quantidade de fazendas do governo e a crescente demanda por alimentos que deveriam ser, de preferência, todos produzidos dentro das fronteiras da União Soviética. O Belphegor deveria ser o destaque tecnológico da aviação agrícola e da agricultura comunista.
O primeiro avião em produção saiu da fábrica em 1976 e provou ser um fracasso operacional, além de caro demais para produzir e incapaz de substituir a frota de milhares de AN-2s em uso no campo. 175 unidades do PZL M-15 foram produzidas até o final do projeto, em 1981, fechando uma história com alguns recordes, como o jato mais lento produzido, o único jato para aviação agrícola e também o único biplano.
Alguns números do jato: velocidade de estol de 67mph, velocidade máxima de 124mph e alcance de 250 milhas. Em comparação, o NEIVA EMB-202A (Ipanema) tem estol de 55mph, velocidade de cruzeiro de 138mph e alcance de 379 milhas.
Curiosamente, o AN-2, motivo do nascimento do Belphegor, é produzido até hoje, provou ser um avião com engenharia invejável e tem mais de 18000 unidades fabricadas.