Faltam forrageiras no país e até grama de aeroporto vira alimentação para o gado.
Os pecuaristas da Irlanda estão passando dificuldades. Diversos problemas climáticos prejudicaram a produção de forrageiras e silagens no último ano, além da permanência maior dos animais em confinamento. Esta combinação criou uma crise que deve repetir outra já ocorrida no ano de 2013, onde foram registrados prejuízos de cerca de 1 bilhão de euros.
Alguns aeroportos do país ofereceram na crise anterior os gramados ao redor das pistas para que grupos de produtores realizassem o corte. A iniciativa rendeu, só no Aeroporto de Shannon, 1600 rolos de silagem. O procedimento já foi oferecido novamente para os agricultores e deverá começar no verão.
Os grandes produtores estão com os estoques de silagem zerados e importando o produto da Inglaterra. Enquanto isso, os pequenos precisam encarar (quando disponíveis) o preço de 40 euros por um único rolo de silagem, 4 vezes acima do preço em épocas normais. Iniciativas do governo estão cadastrando vendedores e compradores de silagem, uma ajuda “burocrática”.
As empresas que coletam animais mortos nas propriedades rurais estão trabalhando como nunca, recolhendo até 200 carcaças por dia nos campos. É o rebanho morrendo de fome, enquanto aproveitadores tentam emplacar discursos sobre “excesso de animais”, exploração e mudanças climáticas.
Vale lembrar que os agricultores irlandeses não contam com uma ajuda oficial do governo em termos financeiros nesta crise em especial, mas muitos recebem compensação ambiental, como já falamos aqui no blog.
A média no gasto com silagem em propriedades com 100 animais está em 2500 euros por semana (R$ 10 mil), durante esta crise.