Política da União Européia pagou, por muitos anos, para que agricultores ficassem em casa, sem plantar um único grão
Um programa que começou no final dos anos 80, para controlar a oferta de produtos agrícolas na Europa, pagou para que agricultores não usassem as terras por quase duas décadas.
O sistema “set-aside” fez com que milhares de agricultores deixassem de lado as atividades agrícolas, com as lavouras sendo tomadas por mato. E mesmo a capina deste matagal não deveria ter qualquer retorno financeiro, com a permissão de cortar, desde que o produto ficasse jogado no chão.
A participação era compulsória e gerou muita controvérsia durante todo o período, deixando milhares de trabalhadores rurais sem emprego e máquinas agrícolas sucateadas (e gerando estes ferro-velhos que mostramos aqui no blog).
O programa foi abolido só em 2008. Existem registros de famílias que ganharam até 19 mil libras por ano, em uma propriedade de 87 hectares, em 1994. Aplicando a correção da inflação no Reino Unido, hoje seriam 35 mil libras, ou R$ 1625,00 por hectare.
No lado ambiental, os dados mostraram uma melhora da qualidade dos solos e um aumento das populações de animais nativos, especialmente pássaros.
De uma forma ou de outra, a política de incentivos agrícolas na UE ainda é enorme. Só no quarto trimestre de 2016, 44000 produtores de leite foram inscritos em programas de incentivo para reduzir a produção em 850 mil toneladas (ganhando 0,14 euro por cada kg de leite que deixam de produzir).
Para saber mais
Política Agrícola Comum na União Européia (em português).