Ataque de gafanhotos na Etiópia é o pior em 25 anos

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Ataques de gafanhotos estão arrasando plantações e vegetação em geral na região conhecida como o “Chifre da África” e as autoridades já consideram o pior ataque da praga dos últimos 25 anos.

 

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Gafanhotos no Quênia. Foto: FAO.

Em 21 dezembro de 2020, gafanhotos no estágio imaturo começaram a aparecer no Quênia e em sete dias já estavam em diversos países da região. O governo da Etiópia entrou o ano de 2021 montando uma operação com aviões e helicópteros para tentar combater a invasão dos insetos, pulverizando pesticidas nas áreas afetadas. Técnicos também foram enviados para orientar as comunidades no interior do país.

Ataque de gafanhotos no Chifre da África e o rastro das nuvens. Via FAO.

Desde janeiro de 2020, os gafanhotos já danificaram 200 mil hectares de lavouras na Etiópia, afetando a segurança alimentar do país, em uma área que já tem sérios problemas geopolíticos.

Como um gafanhoto adulto é capaz de comer até duas gramas de alimento por dia, uma nuvem produz efeitos danosos para a vegetação, já que em cada quilômetro quadrado podem estar entre 40 e 80 milhões de insetos. E as nuvens podem atacar até 150km quadrados em um dia, destruindo lavouras que seriam suficientes para alimentar milhares de pessoas.

A espécie que ataca a África é o gafanhoto do deserto (Schistocerca gregaria), que pode medir até 8 cm.

E não é só a agricultura que sofre com os gafanhotos. O setor aéreo também está em alerta, já que as nuvens podem entrar nos motores dos aviões e até mesmo derrubar uma aeronave. Alguns voos já foram desviados e realizaram pousos de emergência por conta da infestação.

A Etiópia é o maior produtor de trigo da África Subsaariana, mas está cada vez mais dependente da importação, com gastos de meio bilhão de dólares para atender suas necessidades. A área cultivável do país é de 37 milhões de hectares, ou 32% do território.

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