Trump e a neutralidade da galinha orgânica

Trump e a neutralidade

O governo do presidente americano Donald Trump acabou com uma regulamentação da avicultura orgânica, causando a fúria dos progressistas

Uma regulamentação criada em 2016 pelo NOP (National Organic Program), uma divisão dentro do USDA responsável pelos orgânicos, exigia uma infinidade de práticas para que produtos da avicultura fossem considerados “orgânicos”. Entre elas, dimensões mínimas para os animais se locomoverem sem tocar outro animal ou as paredes das gaiolas e acesso ao mundo externo, o ano inteiro, em piquetes para o contato com solo e plantas.

Um comunicado oficial do USDA colocou um ponto final na regulamentação, que quase entrou em vigor em março de 2017 e levou sucessivas “canetadas” que retardaram a sua ativação para março de 2018. O documento afirma que estas regulamentações ultrapassam a autoridade do órgão, sobrecarregando suas funções.

Uma produção orgânica, por definição, seria a criação de animais e seus produtos livres de uma série de agroquímicos e medicamentos em várias etapas da cadeia produtiva. Um frango orgânico alimenta-se de ração feita com produtos orgânicos, e por aí vai. As novas regulamentações colocariam sérias barreiras de entrada para produtores, inviabilizando o negócio e a produção em escala. De uma hora para outra, demandaria instalações bem maiores e muito mais pessoal para uma produção ainda menor. Seria o governo deixando o alimento mais caro, via burocracia.

Quem quiser criar frango em vastas áreas e vender ovo por US$ 100,00 a unidade, continua livre para empreender. Já os produtores que resolveram atuar com orgânicos, poderão continuar produzindo, dentro do livre mercado e etiquetado como tal.

 

Nas discussões da internet, os duelos entre quem produz e quem acha que o ovo vem da prateleira do supermercado já começaram. Vale lembrar que já existe um nome para esta produção que a regra tentou impor: a criação free-range (que vai bem, obrigado). Grandes redes de fast food já compram frangos e ovos deste tipo de produção, em acordos totalmente (e igualmente) livres.

Assim como no debate acalorado da “Neutralidade da Rede”, a questão dos ovos enfurece progressistas e setores da indústria já estabelecidos e preparados para produzir nas regras da era Obama. É claro que, para estes empresários, a entrada de outros players no mercado não é bem vinda.

Trump emplacou mais uma. Acabou com a neutralidade da galinha orgânica.

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