Carne sintética desafia pecuaristas americanos

Associação de pecuaristas não quer que fabricantes da novidade chamem a carne sintética de “carne”.

 

Os estudos para a produção de carne sintética (de laboratório) estão avançando pelo mundo, com dinheiro de grandes investidores como Bill Gates e o bilionário inglês Richard Branson. O discurso tem forte pegada “ambiental”, com recorrentes afirmações de que o atual modelo de produção de carne no mundo não é sustentável, ruim para o planeta e para os próprios animais.

Além dos bilionários investidores idealistas, grandes empresas do ramo de produção de alimentos estão embarcando nesta onda. A Tyson Foods e a Cargill possuem investimentos em startups como a Memphis Meats e a Beyond Meat, duas das principais pesquisadoras das tecnologias de carne artificial.

O processo de fabricação da carne de laboratório

 

 

O vídeo acima (em espanhol) mostra o protótipo para a fabricação de carne artificial, fazendo com que células de tecido muscular e de gordura animal se desenvolvam em um líquido especial, até formarem um volume suficiente para ser misturado e ter uma aparência de hambúrguer. Não, não veremos “costelões 12 horas” feitos de costela de laboratório, mas esta “pasta” de carne moída “não moída”.

A US Cattlemen’s Association (USCA), uma associação de pecuaristas americanos já se pronunciou sobre o caso não pela proibição da produção, mas para evitar que chamem este amontoado de células feito em laboratório de “carne”. Um documento enviado para o USDA (o Ministério da Agricultura americano) pede que produtos que não vieram de gado criado tradicionalmente seja rotulado e vendido como carne no mercado.

Carne sintética

No fundo, o pensamento por trás destas ações vai além da produção de uma alternativa para a alimentação da população ou redução de custos: o objetivo é rotular a criação e comércio de carne de gado, suínos e aves como degradante, medieval e coisa do passado. Visões de uma distopia que cada vez mais lembra a mostrada no filme Demolidor, com Sylvester Stallone. Sem sexo, sem palavrões, sem carne. Sobra a ditadura.

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